segunda-feira, 27 de outubro de 2014

LANÇAMENTO DO LIVRO CÉREBRO: A MENTE COGNITIVA SOCIAL NA PROMOÇÃO DAS COMPETÊNCIAS PSICOSSOCIAIS EM GRUPO DE PARES

Decorreu no passado sábado, dia 25.10.2014, a apresentação do livro “Cérebro: A mente cognitiva social na promoção das competências psicossociais em grupo de pares”, da autoria de Débora Elijah, neuropsicóloga e consultora educacional britânica. 
A autora teve a oportunidade de reconhecer a solenidade do momento, elevando o seu coração e o seu espírito às crianças com as quais tem trabalhado há mais de duas décadas em países vários. Maria Clara Oliveira, procuradora da República no DIAP do Porto, fez uma intervenção de grande qualidade a respeito do bullying, tema que o livro aborda indirectamente, terminando por agradecer à autora o facto de ter escolhido Portugal para fazer tal publicação. 
A apreciação técnica do livro na sua integralidade coube ao Reitor da Universidade Fernando Pessoa (UFP), Prof. Doutor Salvato Trigo. Este começou por lembrar que a tese de doutoramento da autora foi realizada na UFP, tendo sido julgada por um júri internacional com nota máxima. A intervenção do Sr. Reitor prendeu a atenção de uma plateia composta por académicos, psicólogos, professores, jornalistas, magistrados, etc.
Conforme notícias divulgadas pela comunicação social, a promoção de competências sociais em crianças através de Grupos de Amizade de combate ao ‘bullying’ é um dos objetivos do programa cognitivo desenvolvido por Débora Elijah e agora apresentado em livro. O objetivo principal [do programa] é promover a empatia e as competências sociais das crianças para um bem-estar no seu grupo de pares, na escola e na sociedade, desenvolvendo indiretamente a sua performance escolar.
O PROSCIG (Programa Sócio Cognitivo de Intervenção em Grupos de Pares em Redes Sociais), que chegou a ser implementado na escola Kings Ways Júnior, no Reino Unido, entre 2008 e 2010, tem como objetivo promover as competências sociais em crianças dos seis aos 11 anos de idade, sobretudo em crianças de baixas competências psicossociais, no seio de Grupos de Amizade, e tem como um dos efeitos o combate ao 'bullying'”.
Pensado e desenvolvido pela autora a partir da sua experiência profissional em países como Bélgica, Inglaterra, França, Portugal e Israel, o programa permite, sobretudo às crianças de baixa competência psicossocial, o desenvolvimento da assertividade, da comunicação e da confiança. Através deste método, defende a autora ser possível promover o bem-estar dos visados, o seu ajustamento social, resultando indirectamente numa melhor performance escolar e inclusão social.
A autora defende a implementação do programa em redes escolares onde deverão ser criados os Grupos de Amizade, com seis elementos, juntando crianças de baixas habilidades sócio-cognitivas com crianças de altas habilidades, em sessões de uma hora de interação e cooperação social. O PROSCIG pode contribuir para o combate ao ‘bullying’, quer na ótica preventiva, quer na ótica repressiva, porque trabalha as competências psicossociais para um bom relacionamento entre pares.
Na semana em que se assinalou o Dia Mundial do combate ao bullying, a autora lembrou que as escolas de todo o mundo devem reforçar o trabalho de prevenção do ‘bullying’, que vitima uma em cada três crianças, segundo dados da UNICEF”. Tendo trabalhado com crianças e jovens em vários países do mundo, e falando sete idiomas, a neuropsicóloga acredita que todas as crianças podem ser membros activos valiosos na família, na escola e na comunidade, considerando no entanto que para isso, as crianças que experimentem dificuldades sociais e de comunicação devem ser ajudadas a conseguir realizar o seu potencial.
Actualmente directora da Clínica Elijah Social Cognitive Skills Centre, em Londres, que promove a intervenção precoce em crianças portadoras de atrasos no desenvolvimento global, autismo e dificuldades sociais de comunicação, Débora Elijah considera que a baixa auto-estima, a falta de confiança, as dificuldades de aprendizagem e os consequentes distúrbios emocionais contribuem em grande medida para o desajustamento social e para o incremento social nocivo do bullying, pelo que é necessário trabalhar nas escolas as competências sociais das crianças, para um bom relacionamento entre pares. A autora propõe que isso seja realizado no seio de Friendship Groups [Grupos de Amizade] integrados por crianças dos 6 aos 11 anos de idade, sendo umas de baixas habilidades sócio-cognitivas e outras de altas habilidades.

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