Decorreu
no passado sábado, dia 25.10.2014, a apresentação do livro “Cérebro: A mente
cognitiva social na promoção das competências psicossociais em grupo de pares”,
da autoria de Débora Elijah, neuropsicóloga e consultora educacional britânica.
A autora teve a oportunidade de reconhecer a solenidade do momento, elevando o
seu coração e o seu espírito às crianças com as quais tem trabalhado há mais de
duas décadas em países vários. Maria Clara Oliveira, procuradora da República no
DIAP do Porto, fez uma intervenção de grande qualidade a respeito do bullying,
tema que o livro aborda indirectamente, terminando por agradecer à autora o
facto de ter escolhido Portugal para fazer tal publicação.
A apreciação técnica
do livro na sua integralidade coube ao Reitor da Universidade Fernando Pessoa
(UFP), Prof. Doutor Salvato Trigo. Este começou por lembrar que a tese de
doutoramento da autora foi realizada na UFP, tendo sido julgada por um júri
internacional com nota máxima. A intervenção do Sr. Reitor prendeu a atenção de
uma plateia composta por académicos, psicólogos, professores, jornalistas,
magistrados, etc.
Conforme
notícias divulgadas pela comunicação social, a promoção de competências sociais
em crianças através de Grupos de Amizade de combate ao ‘bullying’ é um dos
objetivos do programa cognitivo desenvolvido por Débora Elijah e agora
apresentado em livro. O objetivo principal [do programa] é promover a empatia e
as competências sociais das crianças para um bem-estar no seu grupo de pares, na
escola e na sociedade, desenvolvendo indiretamente a sua performance
escolar.
O PROSCIG (Programa Sócio
Cognitivo de Intervenção em Grupos de Pares em Redes Sociais), que chegou a ser
implementado na escola Kings Ways Júnior, no Reino Unido, entre 2008 e 2010, tem
como objetivo promover as competências sociais em crianças dos seis aos 11 anos
de idade, sobretudo em crianças de baixas competências psicossociais, no seio de
Grupos de Amizade, e tem como um dos efeitos o combate ao 'bullying'”.
Pensado e desenvolvido pela
autora a partir da sua experiência profissional em países como Bélgica,
Inglaterra, França, Portugal e Israel, o programa permite, sobretudo às crianças
de baixa competência psicossocial, o desenvolvimento da assertividade, da
comunicação e da confiança. Através deste método, defende a autora ser possível
promover o bem-estar dos visados, o seu ajustamento social, resultando indirectamente numa melhor performance escolar e inclusão social.
A autora defende a
implementação do programa em redes escolares onde deverão ser criados os Grupos
de Amizade, com seis elementos, juntando crianças de baixas habilidades
sócio-cognitivas com crianças de altas habilidades, em sessões de uma hora de
interação e cooperação social. O PROSCIG pode contribuir para o combate ao
‘bullying’, quer na ótica preventiva, quer na ótica repressiva, porque trabalha
as competências psicossociais para um bom relacionamento entre pares.
Na
semana em que se assinalou o Dia Mundial do combate ao bullying, a autora
lembrou que as escolas de todo o mundo devem reforçar o trabalho de prevenção do
‘bullying’, que vitima uma em cada três crianças, segundo dados da UNICEF”.
Tendo trabalhado com crianças e jovens em vários países do mundo, e falando sete
idiomas, a neuropsicóloga acredita que todas as crianças podem ser membros
activos valiosos na família, na escola e na comunidade, considerando no entanto
que para isso, as crianças que experimentem dificuldades sociais e de
comunicação devem ser ajudadas a conseguir realizar o seu potencial.
Actualmente directora da
Clínica Elijah Social Cognitive Skills Centre, em Londres, que promove a
intervenção precoce em crianças portadoras de atrasos no desenvolvimento global,
autismo e dificuldades sociais de comunicação, Débora Elijah considera que
a baixa auto-estima, a falta de confiança, as dificuldades de aprendizagem e os
consequentes distúrbios emocionais contribuem em grande medida para o
desajustamento social e para o incremento social nocivo do bullying, pelo que é
necessário trabalhar nas escolas as competências sociais das crianças, para um
bom relacionamento entre pares. A autora propõe que isso seja realizado no seio
de Friendship Groups [Grupos de Amizade] integrados por crianças dos 6
aos 11 anos de idade, sendo umas de baixas habilidades sócio-cognitivas e outras
de altas habilidades.
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